domingo, 11 de julho de 2010

Espanha 1x0 Holanda – La Roja é Campeã do Mundo!


Por motivos profissionais, já tive a oportunidade de estar mais de uma vez na Espanha. E, em duas dessas ocasiões, presenciei títulos mundiais de clubes de lá [era futsal, mas a ideia é a mesma]. A paixão dos espanhóis pelo esporte bretão é algo. Se são mais comportados nas arquibancadas, eles vibram como brasileiros ou argentinos nas conquistas.

‘Campeones, campeones, olé, olé, olá’, é o que gritam.

Hoje eu estou com um pouco de inveja da festa que devem estar fazendo os espanhóis. Ser campeão do mundo é mágico, claro, mas ser campeão do mundo pela primeira vez é uma emoção inenarrável.

Na decisão da Copa do Mundo da África do Sul, a Espanha esteve longe de ser brilhante e esteve longe de ser apontada como favorita, mas foi quem mais se aproximou do gol do título. Claro que os dois gols perdidos por Robben poderiam ter mudado a história do jogo, mas os dois desperdiçados por Sérgio Ramos, os dois desperdiçados por Iniesta, e as duas boas chances desperdiçadas pelo artilheiro David Villa credenciaram a Espanha. Porque se a máxima diz que quem não faz leva, não se pode esquecer que quem mais cria tem mais chances.

E, na prorrogação, praticamente só a Espanha criou.

Fábregas perdeu no início, mas Iniesta aproveitou no fim.

Com um chute forte e mortal em diagonal, La Roja é campeã do mundo.

Mas isso o Polvo Profeta já sabia.

sábado, 10 de julho de 2010

Alemanha 3x2 Uruguai – E o Polvo Profeta acertou mais uma

O Polvo Profeta, aquele que acerta mais que o Casagrande e o Caio Ribeiro juntos, previu que a Alemanha venceria o Uruguai com alguma dificuldade, garantindo assim o terceiro lugar na Copa.

E acertou. De novo.

O confronto de hoje começou chocho, com o Uruguai mostrando um pouco mais de vontade. Mas bastou Müller abrir o marcador após falha do goleiro coloca-o-dedo-na-Muslera para a partida deslanchar.

A partir do gol o jogo ficou mais aberto. A Alemanha, claro, passou a esperar o Uruguai em seu campo, mas uma roubada de bola na intermediária foi suficiente para o jogador de vôlei Suarez armar o contragolpe que originaria o gol de Cavani, garantindo um empate nos primeiros 45min de jogo.

Na etapa complementar os uruguaios voltaram mais serelepes e Forlán, o grande nome da equipe na competição, emendou um sem-pulo-de-voleio e virou o marcador.

Mas aí...

Aí que a Alemanha, que se dizia não muito interessada em levar o terceiro lugar, decidiu provar o contrário. O time foi para cima, pressionou e, aproveitando nova falha de Muslera, empatou com Jansen.

Coube a Khedira, aos 38min, confirmar a vitória e a previsão do Polvo Profeta.

Vale lembrar que o Polvo previu que o título ficará com a Espanha.

Será?

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Espanha 1x0 Alemanha – Pronto, agora temos 2 finalistas

Com um chucrute de cabeça de Carles Puyol, amigo do Iarley, a (antes da Copa) badalada Espanha derrotou a (durante a Copa) badalada Alemanha e fará sua primeira final de Copa do Mundo da história.

No jogo de hoje, a Alemanha não foi nem sombra do que demonstrara nas duas primeiras partidas dos playoffs, contra Inglaterra e Argentina. O fato de atacar pouco e não conseguir um gol logo no início do jogo – coisa que acontecera nos outros dois confrontos – dificultou a estratégia alemã.

Do outro lado, apesar da pouca inspiração de seus melhores jogadores, a Espanha dominou as ações de jogo durante a maior parte do tempo. Porém, o gol da classificação só viria na metade final do segundo tempo, e através de bola parada. Puyol, num testaço, garantiu a vitória após cobrança de escanteio.

Com a vitória, Espanha x Holanda farão uma final inédita. Mais do que isso, o selecionado ibérico impediu que se concretizasse a profecia do Mathias, que previra uma decisão entre alemães e holandeses.

Acontece.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Holanda 3x2 Uruguai – E já temos um finalista


A torcida maior era pelo Uruguai, mas, não dá para negar, venceu o futebol mais bonito. A Holanda de Sneijder e Robben derrotou a Celeste Olímpica de Forlán, chegou à sua terceira final de Copa e vai com tudo em busca de seu primeiro título.

Marcado pelo e-qui-lí-bri-o*, o primeiro tempo encerraria com um 0x0 não fossem duas (quase) jabulanadas. Van Bronckhorst abriu o marcador com um petardo da esquerda, enquanto Forlán igualaria com um chute estranho da intermediária.

O e-qui-lí-bri-o se manteve na etapa complementar, mas o jogo ganhou em emoção. Aos 24min, Sneijder colocou a Holanda na frente – em um lance questionável, já que Borat, o 2º melhor auxiliar do glorioso país Uzbequistão, deveria ter marcado impedimento de Van Persie -, enquanto Robben ampliaria três minutos mais tarde.

Tá, mas se estava 3x1 com menos de 20min para encerrar o confronto, onde está a emoção?

Ahhh, mas é que eu não contei o resto.

Tá, eu conto.

Aconteceu que, aos 46min, Maxi Pereira aproveitou cobrança de falta ensaiada e, da entrada da área, chutou para descontar. E o árbitro uzbeque, talvez emocionado por estar apitando seu QUINTO jogo nesta Copa, decidiu que os três minutos que pedira de acréscimo virariam cinco minutos.

E então o Uruguai pressionou até os 50min.

Mas, como diz o amigo Eliseu Demari, “o Uruguai sem o 2º goleiro em campo não é nada”, e o jogo ficou nisso mesmo.

Agora a Laranja Mecânia (isso, aquele filme bem legal, charada!) vai para a decisão. E com minha torcida.

*Homenagem ao professor Adenor, vulgo Tite

Saiu em algum lugar na Internet




domingo, 4 de julho de 2010

sábado, 3 de julho de 2010

Espanha 1x0 Paraguai – Poxa, e a Larissa Riquelme?

Pelo bem do futebol, o Paraguai perdeu para a Espanha e encerrou nas quartas-de-final a Copa do Mundo de 2010. Com isso, o Uruguai é o único sul-americano que ainda sonha com o título.

No confronto contra a Espanha, o Paraguai repetiu no primeiro tempo tudo o que vinha fazendo na Copa: ou seja, nada. Retranqueiro e sem criatividade, o selecionado vizinho tratou de impedir que o selecionado europeu impusesse seu jogo.

E conseguiu.

Na etapa final o jogo ficou um pouco mais aberto, e o Paraguai teve a grande chance da partida aos 12min, quando Piqué fez pênalti em Cardozo. Só que o atacante paraguaio bateu como se estivesse batendo numa Jabulani paraguaia e desperdiçou.

No lance seguinte, os espanhóis escaparam em contragolpe e tiveram um pênalti a seu favor. Mas agora foi a vez de Xabi Alonso desperdiçar.

O jogo se encaminhava para um 0x0, e como ninguém parecia saber bater pênaltis, tudo indicava que o último semifinalista só seria definido às 2h da manhã.

Mas aí David Villa, o melhor jogador da Copa, aproveitou rebote e marcou seu quinto gol na competição.

O gol da artilharia isolada, da classificação espanhola, e da manutenção das (poucas) roupas na Larissa Riquelme.

Que triste.

Alemanha 4x0 Argentina – Chocolate


É, nada como um dia após o outro.

Para muitos, era a final antecipada. Pena que não foi; ver a Argentina tomar um chocolate desses numa final de Copa do Mundo seria emocionante.

De qualquer forma, os 4x0 impiedosos impostos pela Alemanha foram uma daquelas coisas imponderáveis. O placar só foi possível porque o selecionado europeu começou o jogo praticamente em vantagem, já que Müller abriu o marcador com apenas 3min de partida. Com isso, a Alemanha pôde se dar ao luxo de jogar da melhor forma que tem feito na competição: esperando o adversário na defesa e saindo para o contragolpe rápido.

Depois que tomou o primeiro gol, a Argentina até que teve mais domínio. O problema foi não transformar posse de bola em chances de gol.

Aí acabou o primeiro tempo, veio o segundo e nada de sair o gol de empate. Aos poucos, os hermanos foram ousando mais e dando chance para o azar.

Tomaram três contragolpes.

E com Klose, duas vezes, e Schweinsteiger, a Alemanha aplicou sonoros 4x0, num verdadeiro chocolate.

Sem Cacau.

Cotação da Argentina

Romero – 10
Fez o que precisava: tomou quatro gols.

Otamendi – 9
Não satisfeito em ter provocado a falta que originou o primeiro gol, ainda marcou mal no lance que originou a abertura do marcador.

Burdisso – 8
Foi bem. Bem envolvido pelos atacantes adversários.

Demichelis – 8
É que deve ser difícil lavar aquele cabelo.

Heinze – 9
Jogou tanto quanto o Gilberto no jogo contra a Holanda.

Mascherano – 8
Ainda bem que a mãe dele não esteve em campo, senão a velha corria o risco de apanhar dele também.

Maxi Rodriguez – 8 e ½
Pelo futebol apresentado hoje, sugiro mudar o nome para Mini Rodriguez.

Di María – 1
Foi o melhor jogador argentino em campo.

Messi – 10
O artilheiro da temporada passada na Espanha conseguiu a façanha de encerrar a Copa sem colocar a Jabulani uma única vez na rede do adversário.

Tevez – 8
Bonito, Heinze?

Higuaín – 10
Teve quatro oportunidades, todas em impedimento.

Pastore – 6
Aqui há um erro de semântica: na realidade ele foi mais uma das ovelhinhas do professor Maradona.

Agüero – 9
Entrou para aumentar a lavada.

Professor Maradona – 10
Lamento que, como treinador, tenha tido uma carreira curta, não podendo aspirar mais nada.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Só pra não perder a viagem


Uruguai 1x1 Gana – E os vizinhos seguem na disputa

Foi talvez o jogo mais sofrido da Copa do Mundo – tirando, é claro, o sofrimento inerente ao torcedor brasileiro no jogo de hoje. Uruguai e Gana fizeram um confronto sem favoritos, empataram em 1x1 no tempo normal e levaram a decisão para a prorrogação.

Melhor fisicamente, a seleção ganesa dominou os 30 minutos extras, mas não conseguiu transformar o domínio em gols. Porém, de tanto insistir, no último segundo de jogo Suarez defendeu um chute com a mão e disse: “tá, faz”.

Mas Gyan bateu o pênalti no travessão, arrancou um “uhh” do estádio e levou a decisão para os pênaltis.

Nas cobranças, Forlán fez 1x0 e Gyan, dessa vez, também marcou.

Depois, Victorino colocou os uruguaios na frente, mas Apiah empatou.

Scotti fez 3x2 e Mensah, que bateu como se estivesse jogando beach soccer com os amigos, atrasou para o goleiro Muslera.

Maxi Pereira teve a chance de ampliar, mas chutou para fora.

Só que Adiyah bateu rasteiro e Muslera, ao melhor estilo Taffareeeeeel, defendeu.

E coube a Loco Abreu, com uma cavadinha, fechar a contagem em 4x2 para os uruguaios, que devem estar se empanturrando de entrecot a uma hora dessas.

Holanda 2x1 Brasil – Mick Jagger tarda, mas não falha


Se você é um daqueles leitores que não desistem deste blog, provavelmente se lembrará que, no texto sobre a vitória do Brasil diante do Chile, eu encerrei dizendo que decidiríamos a Copa hoje, contra a Holanda.

Pois é.

O Brasil fez um primeiro tempo surpreendente. Comandou as ações de jogo, envolveu o adversário em alguns momentos, e abriu o marcador com Robinho, após uma excelente assistência de Felipe Melo.

Felipe Melo dando excelente assistência?

Sim, alguma coisa não estava certa.

Michel Bastos apoiava bem pela esquerda, Maicon chegava bem pela direita, Daniel Alves trabalhava bem no meio, a zaga demonstrava segurança, Robinho era participativo.

Tudo indicava que o Brasil passaria pela Holanda.

Mas aí...

Aí veio o segundo tempo e a Seleção do professor Dunga desandou. Claro que o gol de Sneijder – creditado pela Fifa ao Felipe Melo, coitado – foi uma daquelas coisas sem querer, que acabam atrapalhando qualquer planejamento. Mas a partir daí o Brasil foi uma equipe irreconhecível; passou a errar passes, a defesa começou a falhar como nunca falhara e Sneijder, de cabeça, virou o marcador.

Para completar, o rapaz que pediu para ser expulso contra Portugal e não conseguiu, desta vez teve o desejo atendido.

Felipe Melo fez falta, pisou no adversário, e foi para o chuveiro mais cedo.

Nem viu o Brasil partir para o ataque no desespero e praticamente não criar nenhuma chance clara de gol.

E é de forma triste que se encerra mais uma Era Dunga.

Cotação

Júlio Cesar – 2

A nota é pelo Fair Play – saiu para abraçar o Van Persie e esqueceu da bola no lance do primeiro gol da Holanda – e pela hombridade e profissionalismo de dar entrevista ao final do jogo.

Maicon – 4
Foi um dos bons nomes da Seleção nesta Copa. Fez um bom primeiro tempo e xingou bastante a arbitragem chinesa do Japão e da Coreia. Do Sul

Lúcio – 4
Fez cara feia durante todo o jogo. Se bem que esta é a única cara que consegue fazer.

Juan – 5
Tudo bem que o professor Dunga gosta de uma zaga equilibrada, mas desta vez ele desequilibrou – errando menos.

Michel Bastos – 6
E não é que esse rapaz decidiu mostrar futebol nos dois últimos jogos?

Gilberto Silva – 6
Jogou o futebol operário de sempre.É o tipo de jogador que precisa estar em qualquer time: sem firula e eficiente.

Felipe Melo – 10
É óbvio que tô brincando, mas é só para me enturmar. Afinal de contas, esse tosco, ruim, quebrador de bola feladaputa nonsense brincou com o bom futebol a Copa inteira! Put* merd*, manda ele ir brincar de telefone sem-fio com o PVC.

Daniel Alves – 6
Apesar de seus arremates terem sido a prova cabal de que não aprendeu a chutar a Jabulani, até que jogou direitinho.

Kaká – 5
Sim, eu sei que ele deu duas boas arrancadas pela esquerda, dando alguma esperança de gol. Mas, me responda: resultou em quê? Ah tá.

Robinho – 6
Fez um primeiro tempo totalmente excelente, como diria o Paulo Bonfá. Até gol fez, o rapazinho. Mas esqueceu de voltar para a etapa final.

Luís Fabiano – 2
Minto, nota 1 pro Chapeleiro Maluco.

Gilberto – Sem Nota
Se alguém viu ele jogar e quiser sugerir a nota, tô aceitando.

Nilmar – 2
Bom, ao menos ele tocou mais na bola do que o Luís Fabiano.

Professor Dunga – 5
Não é pela eliminação. É por ter perdido a chance de detonar alguns babacas metidos a jornalista.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Era uma vez...*


Naquele ano, aconteceu que todos os personagens de histórias infantis decidiram ir para a África do Sul. Era Copa do Mundo, amigo. Anões, Porquinhos, Pinóquio, Chapeuzinho Vermelho, Lobo Mau, enfim, todos foram para lá, protagonizar o maior evento esportivo do mundo.

Os porquinhos ficaram no Grupo A, junto com os anfitriões, os uruguaios e os mexicanos. Tinha o Prático, que era o técnico; o Heitor, que todos chamavam de Henry; e o Cícero, atacante que jogava no Chelsea.

A estreia foi contra os uruguaios. Bons churrasqueiros, os sul-americanos quiseram assar os porquinhos – até levaram um açougueiro, o Lodeiro, mas ele acabou expulso. E o jogo acabou num fraco 0x0.

Aí veio o segundo confronto, os porquinhos perderam para os mexicanos e o Cícero sentou num porco. Digo, ficou bravo. Mandou o técnico chafurdar, o que fez Prático demonstrar toda sua praticidade, mandando o atacante pastar.

Pastar?

Enfim, mandou embora.

Como última tentativa, no derradeiro confronto Prático resolveu colocar Henry, para ver se ele dava uma mãozinha. Não funcionou, e a França foi para casa mais cedo. Só não me pergunte se para a casa de tijolos, de palha ou de madeira.

Não muito longe dali, um anão dava entrevista coletiva. Há divergências se era o Zangado ou o Dunga. Enquanto ele falava, ao fundo um jornalista reclamava algo ao telefone. Desconfiado, o anão perguntou:

- Algum problema?

- Não, nem estou olhando pra você, respondeu Pinóquio, o jornalista.

Após ouvir uns impropérios, Pinóquio resolveu reclamar com o pessoal do castelo mal-assombrado. E coube a Tadeu, o Lobo Mau, vir a público ler um editorial repudiando a atitude do anão:

- Ele é feio, bobo e mau, e não me deixa filmar os treinos!

Alguns quilômetros mais adiante, uma italiana de nome Cinderela defendia o título mundial. Bonita e bem vestida, ela decidiu deixar as chuteiras de lado e calçou sapatinhos de cristal, projetados por algum estilista de renome. O problema do sapatinho é que ele tinha um salto muito, mas muito alto, e como era de cristal, o tombo acabou sendo inevitável.

Depois de tropeçar diante do Paraguai e da Nova Zelândia, ela caiu grotescamente diante da Eslováquia.

E, sem ninguém para ajudar, Cinderela teve que voltar para casa mais cedo.

Que triste, não?


*coluna publicada no Jornal Contexto, de Carlos Barbosa, em 26 de junho.